Ao
escrever o salmo terceiro o autor aborda de forma especifica três períodos
distintos sobre um caso qual estava vivenciando. A autoria desse salmo, sem
discordâncias por parte dos estudiosos é do rei Davi, quanto ao assunto que ele
trata é o socorro de Deus em favor dos que clamam pelo seu nome. Assim sendo, o
rei de Israel demonstra com essa oração a confiança que deposita em seu Deus.
Na
primeira parte do salmo o rei estando encurralado no território
inimigo levanta uma oração pedindo socorro por causa de todos os seus inimigos
que o cercam em uma emboscada gerada pelo seu próprio filho o príncipe Absalão,
este era um homem de palavras eloquentes e com o seu carisma e a sua falsa
preocupação com os seus súditos fazia promessas ao povo de Israel tentando
colocar a nação contra o rei Davi seu pai. Com palavras persuasivas conseguiu
iludir muitos dos que se achegavam a ele, dessa forma, o império do príncipe
Absalão foi erguido, – fundamentado em bajulação e falsas promessas. E assim, o
príncipe conseguiu obter o trono real, o qual tanto almeja ter para ostentar a
sua glória, mas não sabia que tudo tinha acontecido por conta da disciplina que
Deus queria dar a Davi por ele ter adulterado com Bete-Seba e arquitetado a morte
de seu marido Urias. Devido a esse acontecimento, o rei Davi soube se conduzir
diante desse fato, agindo com clemencia para com o seu filho, não lhe ousou
fazer mal algum, mesmo quando Absalão enviava tropas armadas para mata-lo.
Nesse ínterim, Davi clamava ao seu Deus – Senhor, como se têm multiplicado os meus adversários! Muitos
se levantam contra mim. Muitos são os que dizem de mim: Não há socorro para ele
em Deus. Sl
2:1,2
Na
segunda parte desse salmo o rei Davi demonstra a confiança que tem em
Deus. Através das tribulações geradas por todas as guerras que o rei de Israel
tinha passado, diante dessa era como se toadas outras fossem apenas um treino,
porque até então ele havia batalhado contra nações pagãs, mas agora estava
lutando contra o seu próprio exercito liderado pelo seu filho Absalão. No
entanto, no coração do rei Davi reinava a paz, porque ele tinha plena convicção
que o Deus de Israel mantinha todas as coisas sobre controle e no tempo certo
lhe daria a vitória. Não havia preocupação na mente de Davi, aliás, havia uma,
não sobre si, mas pelo seu filho o qual amava – esperava que Absalão se
arrependesse do que estava fazendo, porque com essa atitude estava trazendo
juízo sobre si. Davi era íntimo de Deus, guardava a Lei em seu coração desde a
sua juventude. Devido a esse conhecimento da Lei de Deus, sabia o resultado de
todos que se opunham aos desígnios do Senhor, assim, percebemos que se o rei
Davi tinha alguma preocupação, era com o seu amado filho Absalão. Quanto a si,
nenhum temor pairava sobre a sua cabeça, havia uma tranquilidade imensa no seu
interior, mesmo quando os soldados vinham ao seu encontro para eliminá-lo, a
calma se mantinha no seu coração a ponto dele fazer a seguinte declaração
– Eu me
deito e durmo; acordo, pois o Senhor me sustenta. Não tenho medo dos dez
milhares de pessoas que se puseram contra mim ao meu redor. Sl 3:5,6
Na
terceira parte do salmo o rei Davi sai da passividade e entra no
plano de batalha, mas diferente de seu filho Absalão a guerra a qual o rei se
envolve é espiritual e não física, as armas que usava não eram capacete,
couraça, lança, escudo, espada, enfim poder bélico, aliás, Davi não precisava
desse tipo de equipamento para vencer um combate, desde o tempo no qual ele era
só um soldado de infantaria do rei Saul não utilizava desses adereços para
obter vitória, foi assim quando derrotou o gigante Golias apenas com uma pedra
lançada da sua funda e quando exterminou duzentos filisteus. Enquanto o
príncipe Absalão pelejava com tropas amadas, o rei Davi combatia através da sua
confiança em Deus, quando o rei Davi decidiu atacar não precisou muito esforço
foi apenas um golpe certeiro com a arma mais poderosa que ele conhecia, a
oração. Davi termina o seu salmo disparando esse ataque através do poder
sobrenatural da súplica, clamando da seguinte forma – Levanta-te, Senhor! Salva-me,
Deus meu! Pois tu feres no queixo todos os meus inimigos; quebras os dentes aos
ímpios. A salvação vem do Senhor; sobre o teu povo seja a tua bênção. Sl 3:7,8
A
força do rei Davi não estava contida na destreza que tinha com a espada, nem
tão pouco com a habilidade que tinha em arquitetar planos de guerrilha, todo o
seu poder vinha do Senhor dos exércitos, isso o tornava imbatível, quando o
príncipe Absalão resolveu se opor a seu pai Davi, encontrou-se lutando contra o
próprio Deus, e como diz o salmista – Aqueles que confiam no Senhor são como o monte Sião, que não pode
ser abalado, mas permanece para sempre. Sl
125:1 O rei Davi sem levantar uma
única arma venceu, no entanto, o fim de Absalão foi à morte.
“Um
império fundado em meio à bajulação não prevalecerá, porque o alicerce de um
império é a verdade e a firmeza da tal.”